segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Papel Da Publicidade Na Sociedade De Consumo

Autor: Leandro Aurélio


A propaganda hoje é o carro-chefe do mercado, pois o dever da propaganda é criar necessidades e mais necessidades, seduzindo o consumidor, de modo que se torne quase impossível a realização completa das mesmas. Sempre há algo mais novo e mais eficiente que suprirá uma necessidade que, até então, o consumidor não tinha atentado e assim, dia após dia, o consumidor “coisificado” é bombardeado por um sem-número de propagandas nos meios de comunicação de massa, telefone, correio, internet etc. que o convence a qualquer custo que determinado produto ou serviço é indispensável à sua sobrevivência.



O poder da propaganda é, além de muito forte, sutil. Vivemos numa efervescência de marcas, adjetivos, qualidades maravilhosas e soluções arrebatadoras para problemas ou necessidades que não temos, ou se temos, nunca nos demos conta. Esse poder sutil da propaganda de mercado faz com que nos confundamos entre o que é necessidade e o que é supérfluo, pois os valores incutidos em nossas mentes pela propaganda faz com que transformemos simples necessidades diárias em verdadeiros acontecimentos ao usar determinados produtos envoltos em grife e glamour, como escovar os dentes ou fazer a barba, por exemplo. E faz com que façamos do supérfluo verdadeiras necessidades vitais.



A publicidade de mercado é tão astuta que transforma simples camisas, bolsas, sapatos ou tênis em verdadeiros objetos preciosos que não importa mais se o produto possui uma boa qualidade ou não, o que importa neles é o logotipo estampado. E aí abre-se espaço para a falsificação que mostra claramente que a necessidade criada não é de um produto, por ter uma boa qualidade ou por suprir uma lacuna, mas sim de uma determinada marca que lhe traz prestígio social não importando a qualidade do produto ou sequer sua origem.



Outra fonte mais recente de consumo é a “pseudo-intelectualidade”, onde basta ler as manchetes dos jornais e espalhar aos amigos que comprou um livro e não assiste big brother para se inserir num extrato social cada vez maior de “intelectuais” com idéias enlatadas e filosofias fajutas que o levarão a consumir outros bens que não o das massas, mas dos “intelectuais” como uísque importado, pois “o intelectual bebe uísque escocês e fuma charutos cubanos” e assim, determinadas leituras, hoje vem se tornando cada vez mais um instrumento do mercado capitalista de consumo que coisifica até mesmo os “intelectuais”.



A palavra chave do mercado é lucro e esse lucro tem que ser conseguido de qualquer modo e a qualquer custo. É possível viver com as necessidades supridas e não se deixar contaminar pelo poder invasivo da propaganda comercial, acreditando que sem determinados bens não será possível o bem-estar.



O que fazer então? A resposta é equilíbrio e bom senso. Não é necessário jogar seu celular fora e não ter sequer um par de sapatos. Não necessário deixar de consumir, pois nossa sociedade nos compele a usufruir de certos bens, como este computados ao qual digito este texto. O mais importante é ter consciência do que é futilidade, criada por marqueteiros que estão apenas preocupados em vender e lucrar, não importando quem compra, o que se compra ou a utilidade do que se compra, do que é necessidade ou até mesmo das contingências do mercado, porém controladas.



Só é possível adquirir tal consciência conhecendo a fundo as estratégias do mercado e também conhecendo a fundo nossas reais necessidades, dividindo o que é essencial e o que não é, para que não fiquemos à deriva deixando-nos “contaminar” pelas milhares de marcas a que somos expostos todos os dias sem nenhum escrúpulo ou respeito.



http://www.artigonal.com/noticias-e-sociedade-artigos/o-papel-da-publicidade-na-sociedade-de-consumo-667584.html

Perfil do Autor

Estudante de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba.

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